Banda Filarmónica do Grupo Recreativo Mirandense

Fundada em 1931

Historial

Os responsáveis do Grupo Recreativo Mirandense não têm dúvidas: a música ajuda - garantem - a criança a desenvolver todo o seu potencial. A ligação entre ela e os movimentos corporais, a adaptação do ritmo e a coordenação motora, bem como o próprio desenvolvimento da memória auditiva constituem, por isso, objectivos das metodologias de ensino seguidas na colectividade. O presidente José Henrique Mendes tem, aliás, um anseio - que o ensino da música chegue pelo menos, a 50 por cento das crianças que frequentam o ensino escolar obrigatório no concelho. Conscientes de que os conservatórios de música e as academias têm registado um crescimento assinalável no nosso país, embora nos grandes centros urbanos e, sobretudo, no litoral, os dirigentes da filarmónica mirandense não se dão, ainda assim, como “presas fáceis da interioridade”. Sabem que o afastamento geográfico condiciona a evolução qualitativa dos executantes, mas definiram uma estratégia contra isso - juntar esforços e concretizar parcerias com particulares, instituições, associações e o poder político. Segundo José Mendes, hoje em dia, “integrar uma banda filarmónica não é só uma oportunidade de enriquecimento cultural, mas também uma forma de cultivar o espírito de grupo, a solidariedade e a amizade”. Daí, que a filarmónica de Miranda do Corvo aposte na participação em encontros de bandas e concertos, promovendo, também, iniciativas que permitam o desenvolvimento dos seus próprios músicos. As Bandas são uma das principais escolas de música do país e que “têm desenvolvido alguns dos melhores músicos portugueses”. O dirigente sublinha que o resultado do trabalho das Bandas reflecte–se principalmente no aparecimento de excelentes músicos de sopro, pelo que a acção das bandas terá de considerar–se meritória e importante. O aparecimento das Bandas, de acordo com alguns autores, residiu no facto de tocarem na rua, pois o meio musical mais erudito, afirma o maestro António Victorino D’Almeida, encontra–se mais afastado das pessoas e, tocando nas ruas, as Bandas conseguem chegar a toda essa gente. “Por outro lado, teve muito a ver também com a própria história das Romarias. Romaria sem Banda não tinha interesse”, explica. Falar de Bandas Filarmónicas, é sinónimo das dificuldades com que as mesmas se debatem no dia–a–dia. Apesar do ensino musical nas Bandas Filarmómicas enfrentar algunas problemas, devido à falta de condições e de recursos, as escolas de música do Estado e particulares são quem mais beneficiam de um trabalho de grande sacrifício e poucas vezes reconhecido. O Grupo Recreativo Mirandense, fundado em 27 de Julho de 1931, centrou sempre a sua actividade na divulgação e promoção da música filarmónica e o intercâmbio de conhecimentos e experiências com outras bandas. Vem–se dedicando, assim, ainda hoje, à realização de encontros de filarmónicas, por ocasião do aniversário, bem como outros concertos. Regida por Pedro Cordeiro, a banda mirandense dispõe ainda de uma escola de música, com 74 alunos, que se assume como valência preponderante para a continuidade da filarmónica, o que faz com que o futuro seja visto, pelos seus dirigentes, com indisfarçável optimismo. Ao fim de 88 anos de actividade e fazendo jus à sua tradição como colectividade que, no âmbito do concelho de Miranda do Corvo, desempenha um papel decisivo no fomento da cultura musical, a instituição caminha para o futuro, orgulha–se o presidente da direcção, José Henrique Mendes, “com a confiança que toda esta juventude inspira”.

Última Atualização: 21/06/2019