A Banda de Música dos Bombeiros Voluntários da Póvoa de Lanhoso As “Músicas” ou Bandas Filarmónicas são uma tradição da nossa sociedade, em tempos onde a sua afirmação e admiração eram dignas dos mais rasgados sacrifícios e elogios. Inspiradas nos ideais liberais de fraternidade, das preocupações com a instrução e o nível cultural dos cidadãos, as Escolas de Música, assumem relevância ao nível local e regional. A Póvoa de Lanhoso é uma terra com fortes tradições no que respeita à existência de músicas, documentalmente registadas desde meados do século XIX. A Música da Póvoa, que estará na origem da Banda Musical dos Bombeiros Voluntários da Póvoa de Lanhoso, está comprovada pelo menos desde 1896 em festividades e romarias locais (N.ª Sr.ª do Pilar – 1896; e de S. José – 1897), quando era seu Mestre Custódio Baptista Fernandes. Phylarmónica Povoense foi a última designação antes de em 1904 passar a designar-se por “Banda dos Voluntários”. De facto, a criação do corpo dos Bombeiros Voluntários da Póvoa de Lanhoso, em 1904, quase exclusivamente patrocinado pelo Benemérito António Ferreira Lopes, que instala a corporação no edificado Theatro Club (inaugurado em 1905), mercê da sua forte sensibilidade cultural e sobretudo do seu conhecimento e vivências sociais inspiradas nas suas viagens na Europa e pelo mundo, onde as filarmónicas assumem um peso significativo de valia sociocultural. Dotada de instrumental e fardamentos, a Banda Musical dos Bombeiros Voluntários da Póvoa de Lanhoso desenvolve um percurso brilhante, com destaque para o período de regência do Maestro Sousa Morais (1907-1910), sendo premiada na cidade de Braga em 1909. Em 1913 a Banda reorganiza-se, e em 1914 renova fardamentos e instrumentos, marcando presença em todos os momentos de significado e relevância da comunidade local (festas e inaugurações, como acontece exemplarmente nas inaugurações do Hospital António Lopes – 1917 – e do seu monumento – 1920). Deve destacar-se sempre a forte ligação, apoio e suporte de António Ferreira Lopes e do Presidente da Associação Humanitária, Arlindo Lopes. Após décadas de glória e um inestimável trabalho de contributo ao desenvolvimento cultural e social da Vila e Concelho da Póvoa de Lanhoso, onde Narciso José da Fonseca Oliveira (maestro entre 1929 e 1958) tem um papel determinante, resistindo e ultrapassando importantes e conturbados momentos da história local e de Portugal, será no ano de 1963 que a Banda Musical dos Bombeiros Voluntários da Póvoa de Lanhoso interrompe a sua actividade, que só será retomada passados 20 anos, em 1985. Neste ressurgimento da Banda, um processo que envolveu muitas pessoas, músicos e instituições, e numa fase da vida social da comunidade em que o movimento associativo dava lições, devem destacar-se 2 nomes, o de António Sousa e José Coelho, que entre outras dinâmicas iniciam um processo de formação com a actividade uma escola de música da Banda que resultaria na estreia oficial em 25 de Abril de 1987. É, pois, a partir de meados da década de 80 a Banda de Música dos Bombeiros Voluntários da Póvoa de Lanhoso desenvolve uma importante e decisiva função, não só de defesa da tradição e fruição cultural, como particularmente de formação musical através da sua Escola de Música com decisivo contributo para a formação integral de muitos dos jovens, e músicos que, da Póvoa de Lanhoso, vão à conquista dos seus espaços e da sua afirmação, como homens e mulheres responsáveis, com valiosos contributos para o engrandecimento e reconhecimento do trabalho e de sensibilidades que marcam gerações e solidificam tradições. Em 2010 foi composta uma Marcha Comemorativa dos 25 Anos da Reorganização da Banda de Música B. V. Póvoa de Lanhoso, pelo compositor Carlos Marques, intitulada "Bodas de Prata". A sua estreia absoluta foi no dia 25 de Abril de 2010. Tem participado com regularidade em Encontros de Bandas Filarmónicas e no Concurso de Bandas Filarmónicas de Braga. Atualmente com 55 elementos, a Banda de Música dos Bombeiros Voluntários da Póvoa de Lanhoso está em fase de reestruturação e tem como Diretor Artístico e Maestro o Prof. Luís Ribeiro.
Última Atualização: 23/04/2019