A data oficial para a fundação da Banda de Música de Arrifana é de 19 de janeiro de 1803, embora exista um documento datado de 1770 que refere «Pago a música de Arrifana, 300 reis», porém, o documento desapareceu não se sabendo ao certo, se de facto era a Banda de Música de Arrifana. O primeiro regente da Banda de Arrifana, segundo os registos existentes foi Inácio de Azevedo, nascido em 26 de março de 1754, vindo a falecer a 28 de janeiro de 1836. Só um século mais tarde, mais precisamente no ano de 1924, é que a banda veio a prosperar afirmando-se no panorama musical tanto a nível regional, como nacional. No ano 1928, viria a mudar a sua designação ao integrar a coletividade dos Bombeiros Voluntários, passando então a ser conhecida como a Banda de Música dos Bombeiros Voluntários de Arrifana. Nos dias de hoje, a banda de música adotou a antiga denominação – Banda de Música de Arrifana. Inicialmente a Banda ensaiou em casas alugadas, até que em 1934, a banda, juntamente com todo o esforço da comunidade começou a construir a sua sede e sala de ensaios cuja a inauguração ocorreu a 8 de janeiro de 1935. Neste longo período histórico da Banda gostaríamos de destacar mais 4 momentos importantes. O ano de 1974 em que a Banda conseguiu a aprovação e entrada em vigor dos seus Estatutos, por alvará do Governador Civil de Aveiro. Porém, só em 1975, mais precisamente a 25 de janeiro, que a Secretaria Notarial da Feira aprovou a constituição da Banda, como “Associação Musical, Cultural e Recreativa”, dando assim efetividade aos primeiros estatutos oficiais da Banda de Música de Arrifana. Este marco tão importante, deu as bases que conduziram à evolução da organização interna da Banda, e de outros parâmetros relativos à sua orientação e finalidade, nomeadamente a necessidade deste documento para contactos com organismos oficiais. O ano de 1982 que ficou marcado pela entrada das primeiras mulheres “músicos” para a Banda, até então a Banda tinha sido constituída apenas por homens. Estas mulheres foram as percursoras de uma nova geração de jovens músicas, que hoje em dia fazem parte da instituição, e que se fazem representar em bom número. O ano de 1985 em que a Banda passou a ser reconhecida como Instituição de Utilidade Pública, pelo então Primeiro-Ministro, Professor Doutor Mário Soares. E, por último, o ano de 2003, ano esse que marcou o Bicentenário desta Instituição, em que foram realizadas diversas atividades, nomeadamente a apresentação de uma marcha escrita para a ocasião e a apresentação do fardamento. Um dia que ficou marcado na memória de todos, quer músicos, sócios, familiares, amigos da Banda e o público em geral. Este ano ficaria ainda marcado pela apresentação do CD da Banda a 8 de novembro de 2003. Desde então, muito aconteceu, tendo já passado por vários maestros, nomeadamente, o maestro Belmiro Soares Ferreira (dirigiu de 1976 a 2004), que sucedeu ao grande maestro Roberto Nunes que durante aproximadamente 50 anos esteve ao serviço da banda, tanto como músico e maestro. Outros maestros os sucederam, como o maestro Filipe Oliveira, ou o maestro Marcelo Alves. Atualmente o responsável artístico da banda é o maestro Filipe Oliveira, um regresso de um maestro a uma instituição que o viu crescer como músico e maestro. Por fim, gostaríamos de acrescentar nesta pequena biografia da nossa instituição algumas distinções oficiais. São várias aquelas que ao longo de mais de dois séculos de história que a Instituição recebeu, como reconhecimento e mérito do seu trabalho. Entre as várias distinções que aqui poderíamos referir, gostaríamos de salientar as duas distinções que a Banda corrente ano de 2023. A primeira foi por parte da Junta de Freguesia de Arrifana como reconhecimento do mérito e trabalho que a Instituição tem executado ao longo destes anos, a segunda foi o reconhecimento como Sócio Honorário da Santa Casa da Misericórdia de Santa Maria da Feira, pela ligação histórica, cooperação e trabalho entre estas duas instituições. O ano de 2023 ficou ainda marcado pela comemoração dos 220 anos da instituição e pela mudança do seu fardamento, que foi apresentado no tradicional concerto da Caldeirada de Grelos. Um feito, que deixou a todos muito felizes e cheios de orgulho.