Sociedade Filarmónica Operária Amorense (SFOA)

Fundada em 1898

Historial

Colectividade fundada em 28 de Junho de 1898 , por um grupo de operários garrafeiros , que entusiasmados por um dos seus gerentes , de nome José Maria , fundaram a Operária Amorense , derivando o nome Operária da fábrica de garrafas em Amora , onde esteve instalada a fábrica de cortiças de Queimado & Pampolim . Os primeiros ensaios foram ministrados por um senhor inglês , que também foi gerente da fábrica de vidros . Naquele tempo , não havia luz eléctrica e os ensaios eram iluminados por velas de cera ou gasómetros de carboreto . Mas a vontade de vencer era superior a essas dificuldades , até que as greves na fábrica das garrafas começaram a produzir os seus efeitos e alguns Amorenses tiveram que procurar trabalho no norte do país. Nessa altura , houve uma suspensão na actividade da Filarmónica , até que mais tarde apareceram outros que deram continuidade ao trabalho até aí desenvolvido . Alguns maestros passaram naquele tempo pela Filarmónica , entre eles , o amorense Joaquim de Carvalho , músico da Guarda Nacional Republicana . No entanto não podemos esquecer um homem , que pela sua bondade e forma de ensinar , deixou saudades em todos , era o maestro Álvaro Augusto de Sousa . Esteve ao serviço desta colectividade durante vinte e cinco anos . Dedicava-se não só à banda como também ao teatro musicado , ensinando operetas , revistas e programas de variedades . Nos anos de 1955 a 1960 apareceram as crises da Firma Mundet & Cª. Ldª. , e o encerramento da sua fábrica em Amora . A colectividade começou a sentir os seus efeitos , nomeadamente no abandono de alguns músicos . Mas como não há mal que sempre dure , a colectividade foi beneficiada com a oferta de uma parcela de terreno , onde estava instalada a Verbena e onde está hoje construída a nova sede , património da Operária Amorense. A oferta do terreno foi feita por uma grande benemérita Amorense , de seu nome Branca Saraiva de Carvalho , que também ofereceu terrenos para a cantina escolar e ao Amora Futebol Clube . A construção da sede foi financiada por outro benemérito Amorense , João Guilherme Carvalho Duarte , que pôs à disposição , toda a importância necessária sem cobrança de qualquer juro. Quando a nova sede , denominada Cine Teatro Amorense foi inaugurada em 1958 , apareceram os encargos habituais com letra do mobiliário , em que os mêses corriam e era preciso satisfazer os compromissos tomados e em que os directores faziam sacrifícios dos seus bolsos , pagando as reformas de algumas letras . Era o tempo do amor colectivo e por tal , eram sempre os mesmos sacrificados . Naquele período a Filarmónica aparecia de vez em quando , ora percorrendo as ruas da freguesia , ora actuando nos dias de aniversário . Estas actividades eram dirigidas pelo contramestre Alfetrit Simões . Entretanto apareceram dois músicos da Banda do Regimento da Guarda Republicana , residentes na Cruz de Pau . Não podemos esquecer o seu contributo , eram eles José Ribeiro , hoje residente em Tandim , e Estevão Barrinhos regente da Banda de Alcochete . Os seus afazeres profissionais não permitiram continuar por cá e a Filarmónica , mais uma vez , parou. Até que , em 1971 , o Amorense José Carlos Correia Cunha , tomou a iniciativa de lançar o apelo a toda a juventude para se inscrever na aprendizagem da música . A iniciativa foi coroada de êxito , com o apoio da Direcção da época , dirigida por Rui da Conceição e Virgílio Pinheiro , que imediatamente convidaram dois monitores , eram eles Eduardo Figueiredo e Alípio Correia , que lançaram mãos à obra . Hoje a Filarmónica Amorense é uma das mais apreciadas do País , pelos 33 jovens dos 11 aos 20 anos de idade , onde estão integradas 11 raparigas . Nos últimos anos distinguiu-se o maestro António Gonçalves , um profissional cheio de qualidades . A cultura desta colectividade não teve só raízes na arte musical , pois outra actividade se evidenciou , o teatro . Houve grande tendência para este meio de comunicação. Grandes peças foram levadas à cena , títulos como O JOÃO , O CORTA O MAR , SILVIO O CIGANO , A INQUISIÇÃO e tantas outras . No teatro musical fizeram-se grandes operetas , como a TELA CAMPOSINA , A BRUCHA , e ENTRE DUAS AVÉS MARIAS , esta com trinta e oito actuações . No teatro de revista houve imensos espectáculos , distinguindo-se ABRE A BOCA SAI ASNEIRA , de onde saíram duas moças , que se profissionalizaram com o nome artístico DUO ELAS . E tudo isto só tem sido possível , porque existem boas vontades , espírito colectivo e bairrismo . Oxalá os vindouros sejam portadores do mesmo entusiasmo e sintam as colectividades como meio de autêntica união e confraternização entre homens de boa vontade .

Última Atualização: 28/06/2022