A Banda d’Arrentela surge em 1872 da vontade de um grupo de operários da Companhia de Lanifícios de Arrentela que, recebendo grande apoio do administrador da Fábrica, Sr. João Gomes Roldão, se organizaram e fundaram a “Sociedade Philarmónica Fabril Arrentelense”. Os primeiros anos da Banda foram de grande actividade, quer na pequena localidade quer nas regiões vizinhas. Algumas participações em concursos valeram-lhe mesmo troféus e reconhecimento na comunicação social da altura. Tudo isto e as cerca de 7 actuações que realizou para a família real levou a que, em 1901 El Rei D. Carlos conferisse o título de “Real” à Filarmónica. É também em 1901 que surge em Arrentela uma outra colectividade: a “Sociedade Philarmónica Honra e Glória Arrentelense”. Também esta colectividade teve muita actividade reconhecida em vários meios. A sua qualidade foi reconhecida igualmente por El Rei D.Carlos em 1903 com a atribuição do título de “Real” à Honra e Glória. Com a queda da monarquia, e com os anos conturbados da primeira República, as duas “Reais” colectividades viram-se confrontadas com grandes dificuldades para subsistirem. Mas a vontade dos Arrentelenses falou mais alto e em 23 de Março de 1914, após algum tempo de conversações, as duas colectividades fundiram-se numa só: a actual “Sociedade Filarmónica União Arrentelense”! Para isso contribuiu um grupo determinado de sócios de ambas as partes dos quais se destacou António Costa e Silva que chegou a hipotecar a sua casa para que se terminasse a construção da Sede da Filarmónica. O edifício, onde hoje funciona a Associação Unitária de Reformados Pensionistas e Idosos de Arrentela, foi o centro de toda a actividade cultural da pequena localidade. Os Arrentelenses nutrem pela sua Banda e pela sua “Sociedade” um carinho próprio de uma família unida onde se ensina a tocar, a apreciar e a ouvir música. Com a revolução do 25 de Abril de 1974, e com a democratização do poder Local, o movimento associativo do Concelho do Seixal beneficiou (e beneficia) de um apoio fundamental por parte da Autarquia o que permitiu também à SFUA alargar os seus horizontes. Em 1987 foi inaugurada a nova sede e em 1995 esta foi ampliada, o que permitiu a implementação de actividades desportivas das quais se destaca o Karaté. A SFUA tem no seu palmarés alguns títulos importantes desta modalidade que funciona ininterruptamente desde a sua implementação. A Banda d’Arrentela tem como suporte a Escola de Música “António Batista”, que funciona de forma contínua desde a fundação e que garante aos seus alunos a aprendizagem de vários instrumentos musicais de forma gratuita. Em 2019 a SFUA realizou o seu “30.º Festival Internacional de Bandas”. Ao longo de 30 anos têm passado por Arrentela milhares de músicos e centenas de agrupamentos musicais oriundos dos quatro cantos de Portugal, mas também de Espanha, de França, de Itália e do Canadá. Em 2009, aquando das comemorações dos 20 anos do Festival de Bandas, a Banda d’Arrentela gravou o seu primeiro CD: “(Arren)TELA de Sons”. A Banda d’Arrentela é uma embaixatriz orgulhosa da sua terra e tem defendido os seus pergaminhos por onde tem passado de forma ímpar, aquém e além-fronteiras. Destacam-se as deslocações a França em 1994, a Cabeza del Buey (Espanha) em 1998, à ilha de São Miguel nos Açores em 2000 e os vários intercâmbios com a Federação de Bandas da Comunidade de Madrid em 2001, 2003, 2006 e 2019. Em 2006 a Banda d’Arrentela participou no 1.º Concurso Internacional de Bandas do Ateneu Artístico Vilafranquense onde obteve o 1.º lugar na sua categoria com uma pontuação de excelência.
Última Atualização: 18/12/2019